quinta-feira, 7 de outubro de 2010

SUS – Sistema Único de Saúde



É assim que é determinado o atendimento à saúde pública no Brasil, repare, eu disse saúde pública do Brasil e não estadual ou regional.

Partindo do principio que o SUS é um “Sistema Único”, logo se entende que não existe outro sistema, e também que ele faz parte do sistema, sendo assim, podemos definir a saúde brasileira como sistemática, veja, eu disse, partindo desse principio.

Se formos partir do principio que é um serviço de “DIREITO” da população e para a população, logo devemos entender que, nosso dever é zelar por ele, ou valorizá-lo, e não vejo melhor forma de fazer isso, se não usufruindo ou tentando usufruir dele.

Dessa forma, para que sua manutenção e existência sejam mantidas, é necessário que o sistema, ou, ou estado, ou, os cofres públicos invistam dinheiro nele. Dinheiro esse que sai do bolso dos brasileiros, 193.5 milhões de brasileiros (segundos dados divulgados pelo IBGE). Nossos impostos são os mantenedores desse sistema.

Segundo dados retirados do site Portal da Saúde ( www.saude.gov.br ):O que é o SUS
O Sistema Único de Saúde (SUS) é um dos maiores sistemas públicos de saúde do mundo. Ele abrange desde o simples atendimento ambulatorial até o transplante de órgãos, garantindo acesso integral, universal e gratuito para toda a população do país. Amparado por um conceito ampliado de saúde, o SUS foi criado, em 1988 pela Constituição Federal Brasileira, para ser o sistema de saúde dos mais de 180 milhões de brasileiros.

Se formos comparar com os dados da Unimed, maior cooperativa de saúde privada do Brasil e no Mundo ( www.unimed.com.br ): Sobre a Unimed
A Unimed é a maior experiência cooperativista na área da saúde em todo o mundo e também a maior rede de assistência médica do Brasil, presente em 83% do território nacional. O Sistema em 1967, e hoje presta assistência para mais de 16 milhões de clientes e 73 mil empresas em todo País.

Se formos comparar, ambos os sistemas, poderemos ver que a única diferença entre eles é que um é explicitamente pago, enquanto o outro é implicitamente pago. Afinal, o sistema público ou Sistema Único de Saúde, é pago com nossos impostos. Segundo os dados coletados no site do SUS, ele atende quase a população toda, inclusive, as pessoas que pagam, também, por outros planos de saúde, como a Unimed, mencionada acima.

A questão é, como pode, o maior, ou um dos maiores, Sistema de Saúde do mundo, deixar a desejar em seu atendimento?

Pessoas ficam horas esperando por um atendimento digno, são tratados como lixo, em alguns lugares, como se o cidadão que lá está, estivesse procurando por atendimento sem necessidade, ou apenas por lazer e passa tempo.

Não sei se é falta de orientação por parte dos órgãos públicos federais, ou se por falta de vontade das pessoas contratadas para prestar atendimento nesse sistema.

Se por um lado a diversidade entre as regiões Brasileiras são grandes, nesse ponto o Sistema é realmente único, pois em todos os lugares, independente de qual seja a cidade ou o estado do país, o atendimento encontra as mesmas situações de precariedade e desprezo.

Não é justo que uma pessoa leve mais do que 1 hora para ser atendida, e o que acontece na maioria dos Hospitais Públicos que atendem esse “Convênio”, ou “Sistema Único de Saúde”, são as pessoas esperarem em média 3 horas pelo primeiro atendimento, sem levar em conta, o tempo de espera caso tenha que tomar alguma medicação ou fazer algum procedimento. Isso faz com que os atendimentos levem em média de 5 a até 8 horas “por pessoa”.

Não importa se o Sistema está saturado, o que importa é que receber o atendimento é um direito de todos os cidadãos, independente de qual seja o a situação em qual se encontra o estabelecimento ou o cidadão, que nesse caso, prefiro chamar de paciente.

Paciente no dicionário significa: ¹Quem tem paciência, ²Que recebe a impressão de um agente físico, ³Pessoa que sofreu uma operação cirúrgica ou pessoa que está doente.
Assim, podemos definir que uma pessoa que procura atendimento médico em um Hospital ou posto de atendimento médico, tem que ser paciente, pelo menos, 2 vezes, a primeira por esperar, a segunda por “necessitar” do atendimento.

O Estado tem que dar ampla condição e celeridade em atender as necessidades básicas da população, e a saúde é uma necessidade básica, a saúde é um direito constitucional
Acho que já passou da hora do Sistema se orgulhar em ser um dos maiores do mundo, enquanto o atendimento não está sendo feito com qualidade ou dignidade. A dignidade é um direito de qualquer cidadão, isso implica em praticar a cidadania, o que muitas vezes deixa de acontecer, como é o caso de longas esperas em filhas de postos de saúde.

Já passou da hora das autoridades serem coerentes e sensíveis quanto a essa situação, já passou da hora em que eles precisam enxergar a realidade tal como ela é, ver e perceber que essa questão é fundamental para o comprimento da cidadania e para a manutenção e continuação da vida.

Época de eleição, todos falam em todas as eleições, nessas de 2010 não foi diferente, muitos falaram e prometeram melhoras no sistema de atendimento do SUS, entretanto, é difícil acreditar que isso seja feito, que essas mudanças sejam feitas, melhoradas.

Expresso aqui minha indignação e meu protesto, pode não resultar em nada, mais presenciei situações horríveis e revoltantes ontem, enquanto acompanhava minha mãe á espera de atendimento médico em um Hospital Público.

Após ter desmaiado algumas vezes e estar com dificuldades respiratórias, ela ficou mais de 1 hora esperando para fazer um exame de Raio-X, sendo a próxima da fila, para o médico nem se quer abrir o envelope do exame e dizer para ela: “Está tudo bem com a senhora, dona Olga”. Ao contrário disso, ele não esperou nem ela se assentar e disse apenas: “é resfriado”. Ele não se preocupou em saber que há 8 anos atrás ela retirou 75% do pulmão esquerdo, que um simples resfriado para nós, equivale a uma pneumonia para ela. Não se preocupou em passar orientações para que ela conseguisse respirar melhor, ou pelo menos, para que o quadro dela não se agrava-se.

Talvez por esses e outros motivos é que muitas pessoas procuram tratamentos alternativos ou até mesmo, consultam “farmacêuticos” ao invés de procurar médicos especializados. Talvez porque até mesmo os “farmacêuticos” dêem mais atenção aos “pacientes”, talvez porque eles também fazem parte dos 180 milhões de brasileiros que são dependentes do Sistema Único de Saúde.

2 comentários:

  1. Parabéns pelo post! É exatamente isso que acontece! Dá raiva! E se vc for tentar tomar vacina contra raiva no postinho, não é muito diferente! hUAHUSHUSAHSh

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